O projeto “sem abrigo. Schelter On: Viana do Castelo”, desenvolvido pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana do Castelo, está pronto para ser implementado. O Schelter On vai ser apresentado esta segunda-feira, na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, sob a temática da habitação.
Schelter On consiste num dormitório com espaços individuais – quarto e casa de banho –, caraterizado por uma maior autonomia da pessoa em situação de sem abrigo.
O projeto foi desenvolvido por Bruna Freire, estudante do mestrado em Design Integrado da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana do Castelo, com o apoio do Grupo de Trabalho em Design, composto pelos docentes Rosa Venâncio, Manuel Rivas, Liliana Soares, Ermanno Aparo, Rui Cavaleiro e Jorge Teixeira, da Methamorphys (Associação que desenvolve trabalho na área social), do Gabinete de Atendimento à Família (GAF) e da Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Schelter On assenta na ideia de criação de um “espaço digno” para as pessoas em situação de sem abrigo em Viana do Castelo, explica Bruna Freire. A “grande diferença” entre os espaços já existentes para acolherem sem abrigo e o Schelter On está no modo de funcionamento. “Este projeto-piloto não pretende fidelizar as pessoas, muito menos ter regras e horários de entrada”, descreve Manuel Rivas, salientando que o projeto baseia-se na premissa de “dignificar a vida dos sem abrigo, dando-lhes um espaço para dormir e tomar um banho”.
O projeto nasceu como resposta a um problema social identificado: a dignidade da pessoa que vive na rua. “Muitas pessoas estão nesta situação não porque não existam soluções, porque, de facto, existem, mas porque elas não têm capacidade para cumprir as regras impostas pelas instituições de acolhimento, optando pela rua”, acrescenta Manuel Rivas.
O projeto está em fase avançada e, por isso, será apresentado na Universidade Fernando Pessoa como prática a replicar. Deverá ser implementado inicialmente em Viana do Castelo para que possa ser monitorizado.
"É como se fosse um elemento de mobiliário urbano. Não é uma cama ou um quarto. É mobiliário urbano que tem a função de acolher pessoas a viver em situação de sem-abrigo", explicou o docente.
Manuel Rivas acrescentou que o projeto foi apresentado no final de 2022 numa reunião na Câmara de Viana do Castelo, que juntou entidades das áreas da saúde, justiça, forças policiais, proteção civil e instituições que trabalham na área social como a associação Methamorphys e o Gabinete de Atendimento à Família (GAF).
"A Câmara de Viana do Castelo está muito interessada no projeto. A ideia é instalar um protótipo na cidade e avaliar, durante seis meses, o seu funcionamento. Ouvir a opinião dos próprios utentes para o melhorar e encontrar soluções que permitam mais facilidade na sua construção", explicou.
Manuel Rivas adiantou não estar definida a data para a instalação do protótipo por estar dependente da "assinatura de um protocolo com a Câmara de Viana do Castelo" e da "disponibilidade da empresa que o vai construir".
Segundo Manuel Rivas, "este projeto-piloto não pretende fidelizar as pessoas, muito menos ter regras e horários de entrada. O projeto baseia-se na premissa de dignificar a vida dos sem-abrigo, dando-lhes um espaço para dormir e tomar um banho".
O "Schelter On consiste num dormitório com espaços individuais -- quarto e casa de banho --, caracterizado por uma maior autonomia da pessoa em situação de sem-abrigo".
O projeto foi desenvolvido pela estudante do mestrado em Design Integrado da ESTG Bruna Freire, com o apoio do Grupo de Trabalho em Design (GTD), constituído em 2021 e composto pelos docentes Rosa Venâncio, Manuel Rivas, Liliana Soares, Ermanno Aparo, Rui Cavaleiro e Jorge Teixeira, da Methamorphys, do GAF e da Câmara de Viana do Castelo.
"Constatámos que há muitas respostas para acolher pessoas em situações de guerra ou causadas pelas alterações climáticas. Os sem-abrigo representam um problema social que está à vista de todos, mas que não tem tido o tratamento que têm outras situações", apontou.
O projeto foi apresentado, na passada segunda-feira, 9 de outubro, na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974, com a temática da habitação.